segunda-feira, 11 de maio de 2015

Charutinho de Bebê - Vantagens e Riscos!

O método de embrulhar o RN como um "charutinho", muito usado na época da minha avó, e muito lembrada hoje em dia porém, nem todos sabem como usar.
Quem é mais “experiente” (vovô ou vovó) com certeza se lembra disso. Era um método usado para aconchegar mais o bebê, para aquecê-lo nas noites de frio, para dar mais “segurança” para ele, para ajuda-lo a dormir e até para carrega-lo com mais facilidade.
Mas será que essa pratica é totalmente segura? Vamos descobrir juntas.
As vantagens do uso do cueiro;
Seguindo a mesma linha do sling, o cueiro deixa os movimentos da criança limitados, imitando as condições do útero materno, deixando-a mais segura e, por incrível que pareça, confortável. Isso porque o cueiro evita aqueles espasmos de crise de espaço dos bebês: antes eles estavam num ambiente sem luz, sem cheiro, sem espaço, com poucas texturas, sem variação de temperatura, sem vento… Agora estão livres e abertos a qualquer variação no ambiente, perdidos na imensidão do berço.
Por isso os bebês muitas vezes dão uns pulos, como se tomassem um susto. Fazem isso involuntariamente, como acontece com a gente quando sonhamos que estamos caindo e acordamos num tranco.
Embrulhadinhos, os bebês não dão esses pulos, não acordam com movimentos involuntários do corpo e se sentem protegidos. Sem contar que no cueiro eles ficam bem quentinhos, o que alivia as tão chatas cólicas. Pois bem, as vovós estavam certas.
Porém, novas pesquisas mostram que além destas vantagens, o uso dessa pratica também pode trazer riscos.
Os riscos de usar o charutinho;
Estudo publicado no British Journal of Medicine em outubro de 2.009 associava um aumento de 24% do risco de Síndrome de Morte Súbita Infantil (SMSI) ao fato de se embrulhar o bebê, se comparados a um grupo controle (6%). Uma das possíveis explicações para isso seria que a caixa torácica do bebê estaria dificultada ou até impedida de se expandir adequadamente durante o processo respiratório.
Estudos publicados no AAP News (News da Academia Americana de Pediatria) em junho de 2013 mostraram outra faceta prejudicial do hábito do “charutinho” (swaddle – em inglês). Assim, além do risco de SMSI pela excessiva restrição torácica, a Seção de Ortopedia do Comitê Executivo da AAP destaca que embrulhar o bebê precisa também apontar um cuidado com a restrição de quadris e pernas.
Crianças embrulhadas de forma muito firme podem desenvolver problemas nos quadris como deslocamentos, displasia, formação anormal da articulação em que a cabeça do fêmur não fica posicionada na cavidade adequada do quadril.
Como resolver esse conflito?
As recomendações atuais sugerem “embrulhar bebês” apenas até os 2 meses de idade. Além disso:
- o cobertor ou cueiro precisa estar firme o suficiente para que a criança não se desenrole e corra riscos de sufocamento
- o cobertor ou cueiro precisa estar frouxo o suficiente a ponto de podermos passar uma mão entre ele e o tórax da criança para que ela não apresente problemas respiratórios
- o cobertor ou cueiro precisa estar frouxo o suficiente para não pressionar quadris e pernas da criança.
Vale lembrar que o cueiro deve apenas ser utilizado pra acalmar a criança na hora de dormir. Quando acordada e durante o dia, o bebê pode e deve ficar livre, recebendo todos os estímulos. Antigamente as crianças ficavam enroladinhas o tempo todo, em ambientes escuros e silenciosos, por isso se diz que as crianças de hoje estão mais espertas. Eu não diria mais espertas, apenas mais estimuladas.

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